Tudo o que você precisa saber sobre cadeiras para idosos!

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É comum vermos idosos sentados de maneira incorreta, com uma postura errada, tendo dificuldades para sustentar o peso corporal ou até mesmo para realizar os movimentos de sentar e levantar. Todas essas dificuldades impactam diretamente a qualidade de vida daqueles que estão vivenciando a melhor idade e, por isso, não devem ser negligenciadas.

Felizmente, com o avanço das ciências ergonômicas e com a maior valorização das pessoas em idades avançadas, hoje em dia já dispomos de recursos para minimizar essas dificuldades e desenvolver cadeiras capazes de proporcionar segurança, conforto e benefícios para a saúde física daqueles que passam muito tempo sentados.

Por isso, neste artigo vamos falar sobre as cadeiras para idosos, quais são os tipos mais comuns, como escolher a cadeira ideal, a importância de determinados modelos e muito mais. Confira!

Quais são os tipos de cadeiras para idosos?

Cadeiras reclináveis

As cadeiras reclináveis são aquelas que permitem a movimentação do encosto e do assento, possibilitando dois estados principais: o estado reclinado e o estado reto. Essa função de movimentação é importante para promover conforto com segurança.

É comum que idosos enfrentem dificuldades nos movimentos de sentar e levantar e, por isso, não é indicado que se levantem diretamente de uma posição reclinada ou que se coloquem nesse tipo de posição confortável de forma rápida.

O ideal é que o idoso se sente em uma posição de postura reta antes de se reclinar. Essa cadeira traz mais segurança para o movimento: ela permite a transição segura entre o estado sentado e o estado reclinado, facilitando o movimento de sentar e também o de levantar.

É importante ressaltar que essas cadeiras não devem ser utilizadas por um idoso doente que não possa se movimentar ou sustentar o peso de seu corpo de forma independente.

Cadeiras de rodas

As cadeiras de rodas são projetadas para facilitar a mobilidade de pessoas com dificuldades motoras, mesmo que sejam capazes de andar. No caso dos idosos, essas cadeiras facilitam passeios ao ar livre, situações em que é necessário se deslocar por uma distância maior e até mesmo a movimentação dentro de casa.

Existem diversas variações de modelos de cadeiras de rodas, mas geralmente os modelos convencionais não têm encosto para a cabeça, suporte postural ou outras características que ajudam no conforto e alinhamento da coluna. Por isso, as cadeiras de rodas não devem ser utilizadas durante todo o dia, mas sim como meio de facilitar a locomoção daqueles que têm dificuldade para andar.

Cadeiras para banho

As cadeiras de banho, assim como as cadeiras de rodas, têm uma função específica: foram projetadas para facilitar a higienização de pessoas com dificuldades de locomoção, problemas em ficar de pé, pessoas que sentem dores excessivas ou que têm outros tipos de limitações físicas.

Os modelos são variados e vão de bancos até cadeiras maiores que podem atender idosos com diferentes graus de comprometimento físico.

Cadeiras eletrônicas

Entre os vários tipos de cadeiras, como reclináveis, de rodas ou para repouso, existem modelos manuais e eletrônicos. De forma geral, as cadeiras eletrônicas proporcionam mais independência para os idosos, já que facilitam a movimentação, tanto do encosto como do apoio para os pés ou até mesmo a movimentação de um local para outro sem necessidade de ajuda.

Os modelos de cadeiras eletrônicas também podem contar com dispositivos de segurança, como botões para emergência capazes de parar o movimento de forma rápida, segura e eficiente.

Cadeiras de repouso

As cadeiras de repouso são muito importantes para os idosos, já que eles as utilizam durante grande parte do dia. De forma geral, são cadeiras mais confortáveis, com encostos e assentos que permitem uma boa acomodação do corpo e facilitam a manutenção do alinhamento postural.

Podem ser reclináveis ou não e, muitas vezes, têm uma estrutura de poltrona, sendo mais largas, macias e acolchoadas para aumentar a sensação de conforto e relaxamento do idoso em momentos de descanso, conversas, leituras e outras atividades prazerosas.

Como escolher uma cadeira para idosos?

Depois de escolher o tipo de cadeira de que o idoso precisa, é necessário ter bastante atenção na escolha do melhor modelo dentro de cada categoria. Para isso, alguns fatores devem ser avaliados.

Conforto

O primeiro fator a ser levado em consideração na hora de escolher uma cadeira para idosos é o conforto. Uma cadeira confortável pode ajudar na redução do tempo do idoso na cama, proporcionar a sensação de bem-estar e aumentar a qualidade de vida de quem já não pode levar uma rotina tão ativa.

Já o contrário pode prejudicar a postura do idoso, provocar problemas na coluna, trazer dores e desconfortos para o dia a dia e fazê-lo sentir mais vontade de permanecer deitado, prejudicando ainda mais suas capacidades físicas.

Possibilidade de ajustes

A terceira idade é um período de muitas mudanças e, por isso, cadeiras ajustáveis são boas opções: elas permitem que os assentos, encostos e braços sejam ajustados de acordo com o tamanho, altura e outras características dos usuários.

Dessa forma, essas cadeiras são opções para o longo prazo e podem ser utilizadas mesmo mediante a perda ou ganho de peso, alterações na capacidade de movimentação, necessidade de apoio dos braços etc.

Rodas

Cadeiras sobre rodas facilitam a movimentação do paciente e não precisam ser, necessariamente, cadeiras de rodas convencionais utilizadas para passeios externos. Existem cadeiras de repouso, cadeiras reclináveis e até mesmo cadeiras para banhos (com travamentos especiais) que são equipadas com rodas.

Com isso, o cuidador de idosos ou membro da família tem mais facilidade para movimentar o idoso entre os cômodos da casa, promovendo uma maior interação entre ele e todas as outras pessoas presentes no lar e evitando acidentes domésticos.

Controle de pressão

Se o idoso passa grande parte do tempo sentado, o controle de pressão é um cuidado indispensável não só para o conforto e manutenção da postura, mas também para evitar úlceras por pressão — lesões causadas por um excesso de pressão em determinadas regiões do corpo.

As cadeiras com controle de pressão são mais acolchoadas e contam com espumas, camadas em gel ou outras tecnologias que permitem a distribuição da pressão de forma menos agressiva, protegendo a saúde física do usuário.

Suporte para a cabeça

Um dos cuidados necessários na hora de escolher a melhor cadeira para um idoso é levar em consideração se ele tem dificuldade em manter a cabeça alinhada com a coluna ou em sustentar o peso sobre o pescoço.

Se esse for o caso, o suporte para a cabeça será essencial, já que o alinhamento errado da cabeça traz prejuízos para a respiração, para a postura e para a saúde da coluna vertebral.

Além disso, mesmo que o idoso consiga manter a cabeça alinhada de forma independente, esse tipo de suporte pode ser utilizado para ajudar na manutenção dessa capacidade por mais tempo, além de promover mais conforto.

Suporte para os pés

Quando nos sentamos com os pés em balanço, temos que suportar sem apoio cerca de 19% do nosso peso corporal. Ou seja, um idoso com mobilidade reduzida ou força muscular afetada poderá ter problemas em sustentar o peso dos próprios pés em cadeiras que não permitam tocar no chão. Por isso, cadeiras com suporte para os pés estão entre as boas opções na hora da escolha.

Aqui, um cuidado extra é necessário: é importante que os suportes para pés possam ser movidos para as laterais na hora em que o idoso se senta ou levanta; caso contrário, eles podem funcionar como armadilhas capazes de promover quedas graves.

Suporte lateral

Os suportes laterais, assim como os suportes para cabeça e pés, devem fazer parte da escolha daqueles que lidam com idosos com dificuldades em manter o corpo alinhado — fator muito comum em idades avançadas, devido ao enfraquecimento ósseo e perda de tecido muscular.

Eles ajudam na manutenção da postura e, consequentemente, no processo de respiração, além de proporcionar mais segurança e conforto no dia a dia. Quando passíveis de remoção, também facilitam o transporte lateral da cadeira para a cama, por exemplo.

Como o material da cadeira impacta no conforto do idoso?

Como já dissemos, o conforto é o primeiro fator a ser levado em consideração na hora de escolher a cadeira ideal para um idoso. Porém, muitas vezes prestamos atenção em quão macia uma cadeira é e em como ela ajusta nossa postura e nos esquecemos de que o material da cadeira faz toda a diferença na sensação de conforto.

Para cadeiras de repouso e poltronas reclináveis, por exemplo, o tecido de revestimento do assento e do encosto influencia diretamente na sensação de conforto do usuário.

É importante que o tecido seja de toque macio e que não pinique ou cause coceiras. Uma dica é passar o punho sobre a superfície da cadeira na hora da compra para sentir a sensação que o tecido causa no corpo.

O tecido também tem influência direta na sensação de calor. Tecidos muito grossos são indicados para locais mais frios, enquanto tecidos muito sintéticos devem ser evitados pois dificultam a troca de calor, causando a sensação de que o corpo está grudado na cadeira, promovendo suor nas regiões de contato e podendo, inclusive, favorecer assaduras.

Outro fator que muitas vezes passa despercebido é a higienização do material. É preciso ter em mente que cadeiras limpas evitam reações alérgicas, espirros, maus cheiros e, consequentemente, aumentam a sensação de conforto do idoso.

Dê prioridade para materiais de fácil higienização e, em alguns casos, considere investir em cadeiras que possam ter contato com líquidos para evitar problemas com bebidas derramadas ou até mesmo com incontinência urinária.

Preze por materiais resistentes que não causem instabilidade nos movimentos para que o usuário se sinta seguro e confortável ao sentar e levantar e, também, para evitar quedas ou machucados que podem comprometer a mobilidade do idoso.

O material utilizado na estrutura também pode afetar o peso da cadeira e, no caso de cadeiras sobre rodas, o peso terá influência na movimentação. Modelos confeccionados em aço, por exemplo, serão mais pesados do que modelos confeccionados com fibras de carbono.

Como uma cadeira de banho pode trazer mais conforto para o idoso?

Antes de falarmos sobre as cadeiras de banho, é importante entendermos como esse momento tem impacto na qualidade de vida do idoso. Além de ser de extrema importância para a saúde corporal, promovendo a higienização, o banho também é importante para a saúde mental, já que envolve um momento considerado íntimo.

Em muitos casos, idosos se sentem incapazes ao tomar banho com a ajuda de outras pessoas ou sentem vergonha da exposição, causando apreensão e desconforto em um momento que deveria ser revigorante e relaxante.

Dessa forma, as cadeiras de banho desempenham um papel fundamental na vida daqueles que passam por essas dificuldades: em muitos casos, elas possibilitam uma maior independência do idoso durante o banho, permitindo que ele realize a maior parte das tarefas sozinho e evitando grandes constrangimentos.

As cadeiras têm ainda outra função essencial: elas proporcionam segurança a um dos momentos de maior risco de acidentes na vida de uma pessoa na melhor idade, já que reduzem bastante a possibilidade de quedas. Vale lembrar que é fundamental que os pés das cadeiras sejam antiderrapantes e que mantenham essa qualidade em ambientes molhados.

Ressaltamos que existem diferentes modelos que atendem a diferentes necessidades. Por exemplo, um idoso que ainda tem bom controle do corpo e não apresenta comprometimento das funções de mobilidade poderá utilizar um banco de banho que seja bastante resistente e antiderrapante, deixando as costas livres para o contato com a água. Já para pessoas com a mobilidade mais comprometida, existem modelos com apoio para pés, apoios laterais e apoio para a cabeça.

Quais fatores considerar ao adquirir uma cadeira de rodas?

A escolha da cadeira de rodas depende muito da condição do usuário, se ele ainda tem uma boa composição corporal, se apresenta comprometimento das funções motoras, se sofre de alguma lesão, do grau de dificuldade ao andar etc. Também é necessário considerar algumas características físicas — como peso e altura — para determinar o tamanho da cadeira e a densidade do assento e do encosto.

Além disso, o ambiente de utilização deve ser considerado: a largura das portas, corredores, espaços de circulação e qualquer tipo de ambiente que possa ser uma barreira para cadeiras maiores e mais largas.

Tendo os fatores pessoais e ambientais considerados, é hora de dar atenção aos fatores inerentes às cadeiras.

Pneus

Além de possibilitarem a movimentação, os pneus absorvem vibrações e impactos, tornando os percursos mais agradáveis. Pneus mais densos são mais duráveis e evitam que o ar escape com facilidade. Quanto às rodas traseiras, os modelos raiados são mais leves quando comparados aos modelos compostos, o que facilita a movimentação.

Peso

Cadeiras de rodas convencionais costumam apresentar um peso elevado — aproximadamente 20 kg —, o que dificulta o trabalho de quem vai empurrar e principalmente dos idosos que ainda conseguem realizar a movimentação das rodas de forma independente.

No entanto, o mercado já conta com modelos que variam de 9 a 15 kg e que são indicados não só por serem leves, mas por serem confeccionados com materiais resistentes e de ótima qualidade, como as fibras de carbono.

Complementos

Dependendo da necessidade do usuário, é interessante que a cadeira de rodas tenha almofadas extras que visem o conforto da coluna e das pernas e distribua melhor a força que o peso faz sobre o corpo, evitando os problemas de úlceras por pressão.

Em caso de pessoas com dificuldades de segurar objetos, uma prateleira acoplada serve de apoio para copos e pratos, por exemplo. Caso essa dificuldade venha de um problema de força nas mãos, acessórios antitombos também devem ser acoplados.

Possibilidade de dobrar

Cadeiras dobráveis são mais fáceis de serem manuseadas, transportadas em carros e guardadas em ambientes pequenos, mas costumam ser mais pesadas e menos resistentes. Por isso, é importante levar em consideração quais características são mais importantes para cada caso antes de efetuar a compra de um modelo ou de outro.

Cadeiras motorizadas ou manuais: quando escolher cada opção?

Um fator que merece destaque na escolha das cadeiras para idosos é a presença ou não de motores que facilitam a movimentação. Por mais que à primeira vista as cadeiras motorizadas sejam as mais indicadas, a verdade é que cada um dos modelos tem seus benefícios. Confira:

Cadeiras motorizadas

As cadeiras motorizadas permitem que o próprio usuário controle a movimentação, mesmo que tenha pouca força física ou comprometimentos no sistema motor. Isso faz com que o idoso se sinta mais capaz e independente e que tenha autonomia na sua locomoção sem que precise gastar muita energia, já que os motores eliminam a necessidade do giro manual das rodas ou de que pessoas tenham que empurrar as cadeiras.

Outra vantagem dos modelos eletrônicos é que essas cadeiras são projetadas levando a ergonomia em consideração e, por isso, são muito práticas, eficientes e confortáveis.

O uso desses modelos é indicado para pessoas que ainda têm capacidades visuais e cognitivas e que apresentem níveis de compreensão suficientes para conduzir a cadeira de forma segura e eficiente. Outra indicação de uso das cadeiras motorizadas é para pessoas que sofrem ou sofreram de patologias não progressivas, como AVC, e lesões medulares, como paraplegia.

Cadeiras manuais

As cadeiras manuais são aquelas que precisam ser impulsionadas por uma força humana para se movimentar, ou seja, o próprio usuário ou outra pessoa deve realizar um esforço para que a locomoção seja possível.

Em alguns casos, essas cadeiras podem reduzir a independência e a autonomia do idoso e, por isso, devem ser utilizadas por aqueles que têm mais força física e plena capacidade de girar as rodas traseiras, comandando a sua locomoção mesmo diante da necessidade de realização de um esforço físico.

Uma das vantagens desse tipo de cadeira é que, ao realizar o esforço, o idoso também pratica uma atividade que mantém o uso da musculatura, evita a perda de massa corpórea e contribui para a melhora do condicionamento físico. Vale a pena ressaltar que esse esforço não deve ser feito por períodos muito longos de tempo, pois pode causar fadiga muscular.

Outra indicação desse tipo de cadeira é para usuários que apresentem comprometimentos psíquicos e não possam ser responsáveis pelas decisões de locomoção. Dessa forma, a movimentação só será possível mediante a presença de alguém responsável pelo cuidado do idoso.

4 complicações de saúde que a má postura pode trazer para a melhor idade

Agora que já falamos sobre os modelos de cadeiras para idosos, quais aspectos devem ser considerados na hora da compra, como elas influenciam na qualidade de vida e tantos outros pontos, precisamos enfatizar que boas cadeiras também evitam complicações na saúde, uma vez que promovem a boa postura corporal.

A má postura está associada a diversos problemas e pode causar doenças em idosos ou outras complicações.

1. Afeta o sistema respiratório

A má postura prejudica a passagem de ar pelo sistema respiratório e traz dificuldades para o processo de expansão dos pulmões e oxigenação, podendo causar doenças respiratórias. Isso acontece porque a curvatura não natural da coluna diminui o espaço de atuação de vários órgãos, incluindo o coração e o pulmão.

2. Provoca dores nas costas e na lombar

Quando o idoso se senta de forma errada, com os ombros para a frente, acaba forçando a coluna dorsal de forma exagerada. O resultado desse esforço extra que a coluna realiza é o surgimento de pontadas na parte central das costas e na lombar.

3. Causa dores no pescoço e nos ombros

Se o alinhamento postural não é feito de maneira correta e o eixo da cabeça é deslocado para a frente, o peso dele agirá sobre o pescoço e sobre os ombros, causando fortes tensões na região da nuca.

4. Aumenta o risco de lesões

A má postura promove a distribuição incorreta de pressões em todo o corpo e, consequentemente, aumenta a chance de lesões nas mais diversas partes, não só na região mais próxima à coluna.

É importante lembrar que pode existir a necessidade de adaptação das cadeiras para pessoas com problemas posturais já estabelecidos. Nesses casos, é preciso realizar uma avaliação com um fisioterapeuta, terapeuta ocupacional ou médico ortopedista para que as necessidades individuais do idoso sejam levadas em consideração na hora de realizar o projeto das adaptações.

A melhor idade é uma fase que requer cuidados e atenção especiais para que o bem-estar e a saúde do idoso possam ser conservados, por isso conhecer as particularidades das cadeiras para idosos é tão fundamental na hora de decidir qual é a ideal!

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Escrito por:

Marcus Vinicius Zorub Montanha – Diretor Técnico

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