Perda de audição em idosos: saiba como isso acontece!

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A perda de audição em idosos é um grave problema de saúde que traz consequências clínicas, psicológicas e financeiras para aqueles que já chegaram à terceira idade e para os familiares que os acompanham.

Por esse motivo, é essencial identificar precocemente os primeiros sintomas de surdez, instituir o tratamento mais adequado para o perfil do idoso e acompanhar a evolução da doença a fim de minimizar as complicações nessa faixa etária.

Nesse sentido, cabe uma avaliação otológica periódica e o encaminhamento ao especialista no assunto, além do enfrentamento do problema sem preconceitos ou vergonha na ocasião da identificação do problema.

Para saber como ocorre a perda de audição em idosos, conhecer as consequências clínicas desse problema e entender como ajudar o idoso que se encontra nessa situação, continue a leitura e confira!

Afinal, como ocorre a perda auditiva de idosos?

A perda de audição em idosos está relacionada ao envelhecimento das células sensitivas do ouvido, mas pode ser causada por intoxicações medicamentosas ou por complicações de doenças crônicas. As deficiências da audição podem ser leves, moderadas ou graves — e essa avaliação será feita mediante um exame de audiometria, levantamento do histórico clínico e medicamentoso e as queixas do paciente.

Quando está relacionado ao envelhecimento, esse problema é denominado presbiacusia e possui causas hereditárias, comportamentais (uso abusivo de fones de ouvido, permanência em ambientes barulhentos) e infecciosas (otite médica, cocleíte viral e meningite). Outras morbidades podem piorar a surdez na velhice, como tabagismo, hipertensão, diabetes e traumas na região auricular. Assim, devem ser tratadas concomitantemente para evitar a exacerbação dos sintomas. 

Quais são as consequências clínicas da perda de audição?

Depressão

O idoso com perda de audição tende a se manter isolado e envergonhado porque não consegue interagir com as pessoas. Em geral, ele não assume a limitação auditiva e evita lugares muito movimentados. Sendo assim, acaba ficando recluso em sua residência e desenvolvendo transtornos mentais, como depressão e transtornos de ansiedade, os quais, associados a outras doenças crônicas, podem diminuir consideravelmente a qualidade de vida.

Além disso, a depressão tende a causar problemas de apetite (ganho ou perda de peso), sedentarismo e diminuição do autocuidado. Nessas situações, é importante solicitar a ajuda de um cuidador.

Irritação e raiva

O idoso com perda auditiva se irrita facilmente pela dificuldade de compreensão das palavras ou do contexto da conversação, tendendo a desistir do diálogo ou solicitando demasiadamente a repetição dos trechos das conversas. Outra limitação bastante evidenciada nesses indivíduos é a incapacidade de entender as mensagens via telefone celular e outros aplicativos — situações que causam mais irritabilidade devido à dinâmica das conversas

Nessas situações, a irritação se torna um sintoma crônico que afeta as relações profissionais e pessoais e altera gradativamente a personalidade do indivíduo, intensificando os problemas decorrentes desse comportamento. No entanto, muitos indivíduos que convivem com os idosos atribuem a irritação a uma condição típica da velhice e não entendem que esse sintoma pode ser um problema auditivo, cognitivo ou decorrente de outras doenças.

Diminuição da percepção da fala

A pessoa que não escuta adequadamente não percebe um diálogo de forma correta e por isso deduz algumas palavras. O problema reside quando a conversa não fica coerente e lógica — e essa condição acaba frustrando o idoso. Sendo assim, o fato do idoso não escutar bem e não compreender uma conversação pode representar um risco, como no aviso sonoro de emergências provenientes de veículos identificados.

Assim, é interessante avaliar alguns comportamentos do idoso que poderiam ser indícios da perda auditiva. Atitudes como aumentar o volume do som dos aparelhos eletrônicos ou solicitar diversas vezes a repetição do trecho de alguma fala são algumas delas.

Problemas de alerta e defesa

A presbiacusia, quando detectada precocemente, pode evitar diversos danos aos idosos, principalmente aqueles relacionados à detecção de alertas emergenciais e relações profissionais. No primeiro caso, os idosos não reconhecem sinais sonoros de ambulância, bombeiros e polícia. Isso representa um risco para sua própria integridade, principalmente para os indivíduos que residem sozinhos.

Assim como não percebem ruídos de buzinas de carro, vozes exaltadas de pessoas brigando nas ruas, barulhos de colisões ou freadas de veículos, dentre outras situações potencialmente ameaçadoras.

Impacto na qualidade de vida

O sentido da audição é essencial para a sobrevivência do idoso — e por isso deve ser acompanhado periodicamente. Isso porque a perda da audição pode afetar a qualidade de vida desses indivíduos e aumentar as chances de queda da própria altura. O idoso que não escuta corretamente tem dificuldade para compreender informações clínicas relevantes, como orientações sobre uso dos medicamentos, desestímulo à automedicação, práticas de exercícios físicos e alimentação saudável.

Essas questões dificultam a adesão às informações clínicas, aumentam as chances de adoecimento e comprometem significativamente a qualidade de vida, conceito relacionado à satisfação do idoso perante as adversidades.

Como ajudar o idoso com perda de audição?

A perda da capacidade de ouvir é uma questão delicada na terceira e exige muita paciência e tolerância entre o idoso e seus familiares e amigos. Isso porque, inicialmente, gera mais independência, frustração e perda da qualidade de vida. Por isso, algumas manifestações podem indicar uma possível diminuição da audição. O aumento constante do volume da televisão e dos rádios é uma delas.

Também são percebidas expressões faciais características de quem não está escutando direito. O abaixamento frequente da cabeça para ouvir melhor o locutor mesmo em locais menos ruidosos é outro comportamento a ser investigado. Além disso, uma conversa franca e sincera sobre as mudanças sentidas pelos idosos é uma estratégia efetiva, assim como a motivação de autoestima, desde que seja conduzida até o limite do idoso e sem cobranças por respostas imediatas.

Após o diagnóstico da presbiacusia, o médico especialista deve analisar as opções terapêuticas mais viáveis para o idoso, bem como aquela com o custo mais acessível para essa população.

A perda de audição na velhice é uma condição frequente que causa problemas no convívio social e familiar, além de diminuição da qualidade de vida e aumento da independência para atividades diárias. Ademais, as consequências se referem à depressão, irritabilidade frequente, mudanças negativas de comportamento e possível comprometimento cognitivo.

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