Em um determinado momento da rotina de algumas famílias é preciso dedicar uma atenção especial aos mais velhos. Por mais que alguns consigam desempenhar suas tarefas perfeitamente até o fim da vida, há aqueles que precisam de mais cuidados e atenção. Entre esses cuidados redobrados que devemos ter, podemos destacar, por exemplo, a medicação do idoso.
Pensando nisso, preparamos esta lista com 7 cuidados que precisam ser tomados com a medicação do idoso. Confira!
1. Tenha cuidado com a automedicação
Quem nunca tomou um remédio para dor de cabeça ou gripe sem consultar um médico? A automedicação é uma prática bastante comum, porém, perigosa. Nem sempre a medicação é a ideal para o problema e, no caso de idosos não seria diferente.
Isso porque uma simples dor de cabeça, por exemplo, pode ser o início de algo mais grave, que requer atenção. Usar aquele “comprimido que é de costume” pode aliviar a dor, mas também pode mascarar um problema maior.
Há também o risco de problemas na interação medicamentosa, que é o evento clínico em que um remédio, alimento ou bebida pode alterar o efeito do outro, quando tomados em conjunto.
Por exemplo, se o idoso faz uso de um fármaco para pressão e decide, por conta própria, tomar outro para dor de cabeça, ou mesmo um chá, a interação entre eles pode, em casos mais extremos, ser tóxica, ou diminuir seu efeito terapêutico.
O mesmo acontece com os famosos “remedinhos caseiros”. Utilizar chás, unguentos e outros em substituição ao medicamento prescrito pelo médico não é indicado. Eles podem causar problemas como diarreia, dores de cabeça, alergias na pele, entre outros.
Daí, o que seria um problema simples de resolver com uma consulta médica para encontrar a melhor solução para um pequeno problema, pode se tornar algo grave.
2. Observe os horários da medicação do idoso
Na terceira idade, as pessoas costumam precisar de mais medicamentos e respeitar o horário é extremamente importante para a eficácia do tratamento. Isto porque o organismo vai se adaptando às mudanças causadas pela administração do remédio, para, assim, gerar os efeitos necessários.
Porém, o número de comprimidos e os horários variados podem ser confusos para o idoso e é por isso que é muito importante se organizar. Aqui é necessário considerar dois cenários. O primeiro é quando o próprio idoso administra a ingestão dos remédios.
Nesse caso, fazer uma tabela legível com o nome do medicamento e os horários em que eles precisam ser tomados pode ajudar. Acessórios como porta-comprimidos também são de grande ajuda, se a quantidade de remédio for pequena. Assim, basta colocar a quantidade certa de cápsulas para a semana.
O segundo cenário é quando a família ou o cuidador é responsável por administrar os medicamentos. Daí, usa-se a forma que cada um se sente mais confortável: alarmes no telefone celular, checklist diário/semanal ou mesmo a tabela sugerida acima. Organizar-se para cumprir os horários evita a dúvida sobre se o comprimido X ou o xarope Y já foi dado ao idoso.
3. Fique atento à posologia
Posologia é a forma como o remédio deve ser administrado pelo paciente. Ou seja, ela indica quantas vezes por dia e qual a quantidade certa a ser ingerida. Esta informação deve estar descrita na prescrição do médico e precisa ser respeitada.
Isso porque cada caso é um caso e a dosagem certa pode variar de acordo com o peso ou a idade do paciente. Em quantidade menor que a indicada, o remédio pode perder a eficácia, da mesma forma em que uma superdose pode ser prejudicial.
A alimentação também é um ponto de atenção. É importante observar se o medicamento deve ser ingerido antes ou depois das refeições, pois alguns princípios ativos sofrem interferência por causa do que se come.
Vamos tomar como exemplo os remédios à base de ferro, que perdem a eficácia quando tomados após a ingestão de leite ou queijo. O cálcio presente nesses alimentos atrapalha a absorção do ferro pelo organismo. Esse princípio também vale para as interações medicamentosas e remédios caseiros, que já vimos por aqui.
4. Verifique a forma de consumo
Cada remédio tem a sua forma correta de aplicação. No caso do idoso, é importante que as instruções sejam bastante claras, para não haver confusão no momento da compra do medicamento e assim garantir a qualidade de vida.
Há aqueles que têm versões em comprimido, xarope, injeção, envelopes com pó solúvel em água, supositórios etc. Para evitar equívocos, peça ao médico que descreva exatamente qual o tipo deve ser comprado e também se é possível, em último caso, substituir por outra forma de apresentação.
5. Descarte os medicamentos vencidos
Algumas pessoas acreditam que não há problema em ingerir medicamentos com a data de validade expirada. Isso é um erro grave e pode ter consequências bastante sérias. No caso dos idosos, é importante que a família ou cuidador estejam atentos.
Voltamos a frisar que, mesmo que o idoso esteja lúcido e administre sozinho a sua medicação, checar este item constantemente pode evitar problemas. Fora da validade, os princípios ativos do remédio vão perdendo a eficácia.
Mas de que forma, afinal, utilizar um medicamento fora da validade pode ser prejudicial? Para coisas corriqueiras, como um remédio para alívio da dor de cabeça, a ação demorará mais a acontecer. O perigo aumenta quando o fármaco é para doenças graves ou crônicas, em que a ação deve ser contínua.
6. Mantenha as embalagens e bulas
Nada de tirar o remédio da embalagem e jogá-la fora! Em sua embalagem original e acondicionados de acordo com as orientações, eles não sofrem alterações em virtude do calor, ou de agentes externos como umidade e poeira. Ou seja, remédio na embalagem até o fim do uso garante a durabilidade e eficácia das substâncias.
Além disso, a bula é o local em que estão descritas todas as informações sobre o produto, inclusive sua composição e possíveis reações.
7. Procure orientação médica em caso de dúvidas
Mesmo para aquela queixa considerada boba, como uma azia, ou dor de cabeça, é importante que a família ou o cuidador saibam qual remédio, de fato, podem oferecer ao idoso. Por isso, é importante observar todas as dicas que citamos acima e principalmente, manter um médico de confiança.
Manter uma lista atualizada de todos os remédios que o idoso costuma tomar, a quantidade e os horários é de grande ajuda no momento da consulta. Assim, ele terá conhecimento do que o paciente já utiliza e evita dupla medicação, ou receitar algum medicamento que cause alguma reação adversa.
Os cuidados com a medicação do idoso podem evitar problemas futuros e é um assunto que merece atenção de toda a família. Porém, se o dia a dia agitado não permite maior dedicação a ele, saiba que é possível contar com ajuda especializada!
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Escrito por:
Marcus Vinicius Zorub Montanha – Diretor Técnico