Envelhecer é um processo que não precisa vir acompanhado, necessariamente, da perda da capacidade de tomar decisões. No entanto, muitas vezes, algumas limitações trazidas por problemas de saúde típicos da terceira idade acabam gerando a perda de autonomia do idoso.
Esse problema é agravado quando a própria família passa a enxergar o indivíduo como uma criança, devido às suas limitações, em vez de o estimular a continuar fazendo aquilo que ele ainda é capaz. Nesse contexto, a ajuda de uma cuidadora de idosos é fundamental, já que essa profissional poderá manter o idoso motivado.
Embora possa ser amenizada, a perda da autonomia na terceira idade traz diversos problemas que afetam tanto a rotina do idoso, quanto de seus familiares. Por isso, conhecê-los e se antecipar a eles garante uma vida mais saudável e segura aos seus entes queridos em uma fase muito bonita, porém delicada que é o envelhecimento.
Pensando em ajudá-lo a lidar com e todas as questões envolvidas na perda de autonomia do idoso, desenvolvemos este conteúdo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Tenha uma ótima leitura!
O que é a perda de autonomia na terceira idade?
A cultura do envelhecimento costumava ser sempre focada na prevenção de doenças e limitações trazidas pelo avanço da idade, o que muitas vezes significava para o idoso a sua perda de autonomia ainda mais rapidamente, já que os próprios familiares começavam a impor restrições à sua rotina, a título de protegê-los.
Hoje a realidade é outra, pois muitos idosos que preservam as suas capacidades mentais buscam manter a mente ativa e o corpo são. Desse modo, a perda de autonomia pelo idoso passou a estar diretamente ligada a problemas motores e de saúde física e mental mais sérios, como Parkinson e Alzheimer.
Para os idosos que não portadores de doenças limitadoras o ideal é que a sua autonomia seja preservada pelo maior tempo possível, uma vez que ela é parte da manutenção da sua saúde mental durante a velhice.
Como esse processo ocorre?
Junto com o envelhecimento vêm diversas mudanças na vida do ser humano, não somente físicas e mentais, mais no seu dia a dia. Começa com a aposentadoria, que dá ao idoso um tempo livre que, muitas vezes, ele não sabe como preencher. Além disso, nesse momento também são comuns as perdas financeiras que restringem o seu padrão de vida.
Depois, ou às vezes ao mesmo tempo, vem a perda do cônjuge, amigos e entes queridos e luto gerado por ela, que, quando não assistidos e devidamente apoiados nesse momento, chegam a um quadro depressivo que pode se agravar para transtornos mentais mais sérios e, às vezes, irreversíveis.
Além da perda do trabalho e de pessoas amadas, a idade também traz outras perdas, como a perda auditiva, da visão, da memória, além de distúrbios do sono e alimentares. Para lidar com todas essas mudanças é essencial que o idoso tenha toda uma estrutura à sua volta, principalmente familiar e afetiva.
Vale lembrar que a perda da independência contribui para a perda da autonomia, mas não são a mesma coisa. A independência está relacionada à capacidade de realização de atividades cotidianas sem precisar da ajuda de outras pessoas, enquanto a autonomia diz respeito à capacidade de tomar decisões.
Quais as causas dessas perdas?
Durante o envelhecimento, diversas funções do organismo se modificam, como a perda de massa magra que leva à redução da força motora. Do mesmo modo, algumas funções sensoriais, como o olfato e o paladar, também se modificam e daí vêm os problemas relacionados à alimentação.
Várias outras mudanças fisiológicas e metabólicas ocorrem nessa fase da vida, muitas delas levam à necessidade do uso de medicamentos contínuos. Alguns deles têm seus efeitos colaterais que trazem perdas menores em outras áreas.
Tudo isso faz parte do processo de envelhecimento, que precisa ser acompanhado por um especialista, como o médico geriatra. Esse, por sua vez, indicará outros profissionais, como o fisioterapeuta, o nutricionista e o psicólogo, à medida que forem se tornando necessários para amenizar todas essas perdas.
Como isso afeta o dia a dia dos idosos?
A primeira a sofrer com tantas perdas é a autoestima do idoso, claro. Por isso, um acompanhamento psicológico é fundamental nessa fase, tanto quanto o apoio familiar.
A incapacidade de ouvir, enxergar, lembrar de algo importante e, até mesmo, se locomover, deixa o idoso inseguro e exposto a um estresse intenso, capaz de fazer com que tenha medo de tomar decisões simples do dia a dia.
Paralelamente a isso, as decisões tomadas pelos outros nem sempre são as que mais agradam o idoso, que muitas vezes se recusa a aceitá-las, o que faz com ganhem a “fama” de teimosos e intransigentes. Desse modo, acabam abrindo mão daquilo que desejam para evitarem conflito e não se sentirem tão dependentes e, assim, ficam sujeitos a mais variações de humor.
É saudável para o idoso, mesmo com restrições físicas, sentir vontade de se arrumar, pentear o cabelo, vestir uma roupa bonita, ficar cheiroso, comer algo diferente, passear, se divertir, mas nem sempre consegue fazer isso sozinho. Por isso, é essencial que essas questões sejam observadas, para que a sua autoestima não seja comprometida.
Além de tudo isso, existem ainda as questões relacionadas à manutenção da saúde e, em muitos casos, tratamentos para doenças comuns na velhice. Isso demanda uma agenda muito bem controlada de visitas aos seus médicos, realização de exames e, ainda, de administração de medicações e dietas.
Outro reflexo da perda da autonomia na rotina é que, em alguns casos, são necessárias algumas adaptações no ambiente em que vivem, como a instalação de apoios nos banheiros e a ampliação de passagens, como corredores, para que se torne possível para ele circular com andadores ou, até mesmo, cadeira de rodas.
Uma boa cuidadora de idosos é capaz de administrar essas demandas trazidas pelas mudanças na rotina no idoso, causadas pela perda da autonomia. E, ainda, ela poderá ajudá-lo a realizar atividades que amenizem o problema.
Como ter uma velhice mais segura?
Um dos problemas mais temidos na velhice é a possibilidade de ocorrem quedas devido à redução da força motora e até do equilíbrio em alguns casos. Isso é realmente preocupante, porém, não é a única questão relacionada à segurança do idoso.
Eles também estão sujeitos a maus tratos, quando a contratação dos profissionais que o assistirão não é feita com o devido cuidado e, ainda, podem ser levados a sofrer golpes em virtude, até mesmo, da própria fragilidade.
Quem nunca ouviu falar de empresas que insistem em oferecer empréstimos e cartões de crédito consignados a idosos, com juros altíssimos e descontados diretamente da sua aposentadoria ou pensão? Ou ainda, de idosos que foram ludibriados para assinar documentos concedendo direito aos seus bens a outras pessoas?
Apesar de todos esses riscos à sua segurança, o idoso precisa viver e socializar. Para isso, algumas medidas precisam ser tomadas. São elas que você verá nos tópicos a seguir.
Segurança em casa
As adaptações residenciais são muito importante para que o idoso preserve a sua independência e autonomia no dia a dia. Cada cômodo ou área da casa deve ter alguns detalhes observados. Veja os principais.
Banheiro
Devem ser instaladas barras de apoio próximas ao vaso sanitário e ao box. Além disso, o piso deve ser antiderrapante.
Quarto
É essencial que o idoso tenha tudo o que precisa bem perto da cama, principalmente os interruptores de luz, para o caso de precisarem de algo durante a noite. Além disso, o ambiente deve ser livre de obstáculos que possam fazer com que tropecem e caiam.
Escadas
Se houver escadas, elas devem ter as faixas adesivas de piso antiderrapante e um corrimão firme.
Corredores e demais cômodos
É muito importante que o uso de tapetes e outros itens de decoração que fiquem no chão sejam abolidos em qualquer cômodo da casa, do mesmo modo que o uso de produtos para dar brilho ao piso que o tornem escorregadio.
Cozinha
Mais uma vez o piso antiderrapante é o principal fator a ser considerado, além disso, o uso do fogão, forno de micro-ondas e demais aparelhos que ofereçam riscos devem ser supervisionados. O ideal é que o idoso nunca fique sozinho na cozinha, para evitar acidentes.
Segurança na rua
Na rua existem também diversos riscos para os idosos, por exemplo, buracos e obstáculos no chão que podem ocasionar quedas e, infelizmente, os assaltos. O transporte público também pode trazer problemas tanto na hora de subir e descer as escadas para embarque e desembarque, quanto durante o seu deslocamento até o assento.
Para evitar esse tipo de problema, é preciso que se tenha alguns cuidados. Veja!
Quedas
Evite sapatos escorregadios, desconfortáveis ou com saltos. Oriente o idoso a sempre prestar atenção ao chão à sua frente para evitar os buracos e elevações, como o meio-fio. Além disso, evite que ande muito rápido ou mesmo correndo.
Assaltos
Por serem mais frágeis, os idosos muitas vezes são os alvos prediletos dos marginais, por isso, evite que andem com bolsas e celulares expostos. Uma boa estratégia é andarem com uma quantia mínima para ser entregue ao assaltante imediatamente para evitar que sejam agredidos.
Transporte público
É direito do idoso utilizar o transporte público gratuitamente e existem assentos reservados para ele. Esses direitos precisam ser respeitados, pois para o idoso é muito mais difícil manter o equilíbrio dentro do veículo em movimento — portanto, nada de idoso andando em pé no ônibus.
Trânsito
Alguns idosos ainda conseguem manter a sua habilitação e a capacidade de dirigir por muito tempo, porém, o ideal é que estejam sempre acompanhados de outro motorista.
Estabelecimentos
É muito importante para a autonomia do idoso que ele possa passear e socializar. Porém, existem muito riscos, por exemplo, em caixas eletrônicos nos quais tanto podem ser assaltados como “auxiliados” por pessoas mal intencionadas — por isso, oriente-os sempre a evitar a ajuda de estranhos.
Fora de casa em geral
É muito importante que o idoso ande sempre com documentos e tenha acessível ao menos um número de telefone para quem ligar em caso de emergências. Se ele tiver alergias ou restrição de uso a algum tipo de medicamento, é importante que ele tenha algum documento informando isso.
Segurança ao telefone e na internet
A tecnologia tem ajudado muito na manutenção da autoestima e autonomia do idoso. Por meio dela, eles são capazes de socializar, realizar operações bancárias, aprender coisas novas e até fazer compras. Mas é preciso que ele saiba quais cuidados tomar no ambiente digital, veja alguns deles.
Compras
Mostre ao idoso que antes de fornecer o número de cartão de crédito para realizar alguma compra, ele precisa verificar se há selos de segurança no site. Além disso, ele precisa checar a reputação da loja e os comentários sobre o produto.
Bancos
O idoso deve saber que jamais deve acessar sua conta por meio de links enviados por terceiros, seja via e-mail, seja via comunicadores instantâneos, mesmo quando quem enviou estiver identificado como representante do banco.
Além disso, ele não deve revelar suas senhas e se for necessário mantê-las anotadas, que seja em um local seguro e fora da web, jamais as deixando salvas em qualquer dispositivo.
Exposição
Nas redes sociais é importante que o idoso saiba que não deve postar fotos que comprometam a privacidade e a segurança dele e de familiares — por exemplo, de netos com o uniforme da escola onde estudam. Esse tipo de exposição pode gerar insumos para golpes, como o do falso sequestro, ou até mesmo levar à ocorrência de um verdadeiro.
Socialização
É muito comum e até saudável que o idoso pense em reconstruir sua vida depois da perda do parceiro, porém, em alguns casos, fazer isso por meio de redes sociais pode ser perigoso. Caso ele resolva encontrar alguém, é importante que alguém vá junto, nem que seja para observar de longe.
Além disso, esteja atento para o fato de que índice de idosos infectados pelo HIV tem aumentado, portanto, conscientize-o da importância do uso de preservativos em caso de contato físico.
Qual a importância dos cuidados especiais durante essa fase?
A longevidade do ser humano tem aumentado — graças aos avanços da medicina — e, com isso, a população de idosos também. Nesse contexto, entender a importância dos cuidados especiais nessa fase da vida é de suma importância, já que cada vez mais pessoas precisam dele.
Lembre-se de quem um dia você também chegará lá e imagine de que modo você gostaria que tratassem você. Esse é o modo mais simples e preciso de entender a importância dos cuidados especiais ao idoso e, principalmente, como os oferecer.
Manter uma rotina de prevenção às doenças é tão importante quanto as atividades necessárias para tratá-las. Como diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar. Portanto, as visitas aos médicos, a realização de exames, o controle das medicações, o cuidado com a alimentação, segurança e bem-estar físico, mental e emocional do idoso são de extrema importância.
Mas como fazer isso sem a perda da autonomia do idoso e a sobrecarga da família? É o que você verá nos tópicos a seguir!
A prática de exercícios físicos
Nem deveria ser preciso lembrar da importância da prática de exercícios físicos durante o envelhecimento. Além de retardarem a perda da força motora, eles estimulam a produção de hormônios que tornam os idosos mais bem-dispostos e felizes.
O exercício do cérebro
Problemas como a demência senil, que é a perda progressiva das capacidades cerebrais, podem ser retardados com o exercício do cérebro. Estudos neurocientíficos têm revelado que pessoas que praticam a meditação preservam as funções do cérebro por mais tempo.
Mas meditar não é a única maneira de exercitá-lo: ler, escrever, praticar jogos de estratégia e, até mesmo, conversar ajuda a manter o cérebro em forma. Atividades passivas, como assistir TV, devem ser reduzidas.
A rotina médica
Manter as consultas com especialistas em dia é fundamental na prevenção e retardo dos problemas trazidos pelo envelhecimento. Quando recebem tratamento preventivo, é possível que nem desenvolvam certos problemas e conquistem o privilégio de uma velhice saudável e com menos restrições.
É bom lembrar que a rotina médica não se resume à ida ao geriatra de vez em quando. É preciso que o idoso tenha também o acompanhamento odontológico, psicológico e nutricional para manter a saúde equilibrada durante o envelhecimento.
A alimentação
E por falar em nutrição, é possível que ocorram alterações no olfato e no paladar durante o processo de envelhecimento, por isso, se torna comum que os idosos não queiram se alimentar. Desse modo, antes de qualquer coisa, é preciso lembrar que mesmo em uma dieta balanceada, é preciso que a comida oferecida ao idoso seja saborosa e tenha um aspecto convidativo.
Isso posto, é necessário também pensar nas necessidades nutricionais do idoso de acordo com a sua saúde, por exemplo, para o controle da hipertensão. Isso não se limita a uma fórmula mágica que vale para qualquer indivíduo nessa fase. Cada caso é um caso e é muito importante que seja avaliado por um nutricionista.
A socialização
A socialização é um dos fatores que mais auxiliam na manutenção da autonomia do idoso. A convivência com outras pessoas da sua idade possibilita que percebam que seus problemas são comuns a quase todos e, ainda, que troquem ideias sobre o que funciona ou não para cada um.
Por outro lado, a convivência com pessoas mais jovens ajuda a se manterem no presente, a entenderem a realidade atual, a terem a mente mais aberta às novidades que, no final das contas, acaba dando a eles mais autonomia, como é o caso dos smartphones.
Outro ponto importante da socialização é a motivação e o comprometimento. Por exemplo, se o idoso se predispõe a caminhar todos os dias, ele terá muito mais motivação se tiver se comprometido a fazer isso junto com alguém.
O acompanhamento de bons profissionais
Bons profissionais na vida do idoso são essenciais para reduzir os impactos da perda de autonomia e é fundamental que estejam presentes nesse momento. Do médico à cuidadora que o acompanhará na maior parte do tempo, não se pode abrir mão da escolha criteriosa de cada um deles.
Como uma cuidadora de idosos pode ajudar?
O serviço de cuidadora não é o mesmo que o de um enfermeiro ou técnico, por exemplo.
Enquanto os profissionais de enfermagem são responsáveis por cuidados médicos — como troca de curativos, administração de medicamentos, coletar exames etc. —, os cuidadores são responsáveis pelos cuidados pessoais com o idoso, como a higiene pessoal e do ambiente, o acompanhamento às visitas médicas, entre outras responsabilidades.
Diante disso, uma cuidadora de idosos é fundamental na preservação da autonomia do idoso, uma vez que muito mais do que os cuidados físicos, ela também se torna uma companhia que terá toda a sua atenção voltada ao idoso.
O papel da cuidadora de idosos é garantir a qualidade de vida deles, o que inclui a manutenção da autonomia e independência, ao contrário do que muitos imaginam. Coisas antes impensáveis para um idoso com restrições se tornam possíveis com a ajuda de uma cuidadora.
Além da higiene, ela também ajuda o idoso a cuidar de sua aparência, o que melhora a sua autoestima. Ela o incentiva a se alimentar adequadamente e se certifica que isso está sendo feito e como está sendo feito, o que ajudará muito no trabalho do nutricionista.
Quando o idoso precisa sair, seja para cuidar da sua rotina médica, seja para se divertir, a cuidadora estará presente, garantindo que não corra riscos. Além disso, mesmo em casa, ela também será o apoio que o idoso precisa para realizar suas atividades do dia a dia.
Como escolher uma cuidadora de idosos de confiança?
Na hora de escolher uma cuidadora de idosos, muita gente se esquece de um dos detalhes mais importantes, que é a aceitação do idoso, a identificação dele com a pessoa com quem mais conviverá dali em diante.
Por isso, é importante, já na etapa de seleção, buscar pessoas com características e temperamento compatíveis com o do idoso. Mas não acaba aí, claro: é preciso verificar as referências da pessoa, tanto em empregos anteriores, quanto em outros círculos de convivência dela.
Leve em consideração, também, a experiência e a capacitação da candidata e dê preferência àquelas que realizaram cursos preparatórios para o exercício da função.
Ao longo deste conteúdo você entendeu como a perda de autonomia se diferencia da perda de independência durante o processo de envelhecimento. Além disso, viu também quais medidas podem ser tomadas para preveni-la e amenizar os seus impactos quando se torna inevitável.
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